Por que o Brasileirão de 2022 não será anulado mesmo com escândalo de manipulação de jogos

abr 4, 2024

Há 18 anos, a descoberta da Máfia do Apito, em que dois árbitros interferiram nos resultados para favorecer apostadores, fez a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anular e remarcar 11 partidas do Brasileiro de 2005. Com a deflagração da Operação Penalidade Máxima, pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), que revelou que jogos da Série A foram parcialmente afetados por um esquema de manipulação de apostas esportivas, a principal pergunta é se algo semelhante pode acontecer. Desta vez, a entidade entende que não há chances de esses confrontos serem anulados.

A CBF argumenta que, por ora, o caso não foi julgado e que as denúncias tratam de situações que não interferiram no resultado final das seis partidas da Série A investigadas — há ainda investigação de jogos de cinco Estaduais deste ano. No esquema exposto pelo MP-GO, os atletas cooptados tinham como missão receber cartões amarelos ou vermelhos. Caso fossem bem-sucedidos, recebiam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.

Dos nove jogadores suspeitos, cinco foram identificados pelo ge: o zagueiro Victor Ramos, da Chapecoense, o meia Gabriel Tota, do Ypiranga-RS, o lateral Victor Ramos, Igor Cariús, do Sport, o zagueiro Eduardo Bauermann, do Santos, e o lateral Moraes Júnior, do Atlético-GO, que foi afastado pelo clube por tempo indeterminado.

Especialistas afirmam que o desdobramento das ações vai determinar as punições e as medidas cabíveis no âmbito criminal e desportivo. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) também vai ingressar no caso. A Procuradoria vai encaminhar em breve um ofício ao MP-GO para ter acesso às informações.

O entendimento geral, até o momento, é que não foi identificado envolvimento de clubes, nem mesmo qualquer interferência nos resultados. Assim, apenas os jogadores envolvidos devem sofrer alguma punição, que vai desde reclusão (2 a 6 anos) até banimento do esporte.

—É importante entender isso, se houve benefício esportivo ou foi uma questão relacionada a apostas esportivas. Podem ter questões pontuais e específicas de jogadores com criminosos que utilizam esses mecanismos de remunerar os jogadores para receber cartão amarelo, etc. Após a investigação, é comprovado que o clube não foi beneficiado e a punição fica restrita ao jogador — diz Ian Cook, diretor da StoneTurn e especialista em gestão de riscos, inteligência e compliance.

Cook recorda um conhecido caso internacional de manipulação de resultado que terminou com a punição de um clube. Em 1993, o Olympique de Marselha foi rebaixado e perdeu o título francês após ficar provado que dirigentes subornaram jogadores adversários para obter vantagem nos jogos.

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