A transformação digital iniciada no século XX trouxe mudanças profundas para a sociedade, especialmente na forma como as pessoas se informam. De acordo com o Digital 2024 Global Overview Report, mais de 5 bilhões de pessoas ao redor do mundo têm acesso à internet. A conectividade global ampliou exponencialmente a disponibilidade de dados, remodelando o comportamento das pessoas diante do fluxo incessante de informações.
Nesse cenário de constante evolução, a pesquisa “Como o Brasileiro se Informa?”, desenvolvida pela Fundamento Análises, é uma ferramenta essencial para entender os hábitos de consumo de notícias no Brasil. Em sua terceira edição, o estudo entrevistou 1.321 brasileiros maiores de 18 anos, representando diversas regiões, gêneros, níveis de escolaridade, classes econômicas e situações de trabalho. O levantamento também incluiu a análise da percepção de profissionais da comunicação sobre as transformações no ambiente informativo.
“A superoferta de dados é uma característica da sociedade atual, mas precisam ser convertidos em ativos estratégicos.” – David L. Rogers
Redes sociais como fonte de informação
Além de facilitar o acesso ao conhecimento, as redes sociais desempenham um papel crucial ao democratizarem a criação e a distribuição de conteúdos. Isso permitiu que qualquer pessoa se tornasse uma fonte de informação, alcançando públicos diversos. No entanto, essa pluralidade de fontes também resultou na fragmentação dos canais de notícias, alterando profundamente o panorama informativo. Como afirma Piérre Lévy:
“Ao contrário da forma clássica de comunicação regulada por editores, nesse novo sistema de comunicação todos podem ser jornalistas de algum modo.”
Os resultados da pesquisa “Como o Brasileiro se Informa?” refletem essa transformação. Os entrevistados mencionaram 129 canais de mídia, incluindo redes sociais e mecanismos de busca, como fontes de informação. Além disso, citaram 160 publicações da imprensa, abrangendo desde veículos tradicionais até os especializados. Esse número evidencia a diversidade de opções informativas acessadas pelos brasileiros.
Outro ponto relevante foi o crescente interesse por veículos com posicionamento ideológico explícito, o que demonstra que a escolha das fontes de informação muitas vezes reflete crenças pessoais. Essa tendência destaca a importância da credibilidade das fontes e a necessidade de um olhar crítico sobre os interesses que podem moldar as notícias consumidas.
Meios tradicionais ainda são os mais utilizados
Quando questionados sobre suas preferências para se manter informados, 29% dos participantes optaram por sites de jornais, revistas, rádios, enquanto 24% mencionaram canais de TV e portais de notícias. Já as redes sociais, apesar de importantes, foram escolhidas por 21% dos entrevistados, mostrando uma interação entre fontes tradicionais e digitais no consumo de notícias.
A desinformação e a IA preocupam profissionais da comunicação
O levantamento também evidenciou um dos maiores desafios da atualidade: a separação entre informações verdadeiras e falsas. Cerca de 42% dos respondentes afirmaram receber fake news habilitadas por recursos de Inteligência Artificial (IA) diariamente, evidenciando o impacto negativo das redes sociais na amplificação de mensagens falsas. Este fenômeno é especialmente preocupante para profissionais da comunicação, com 95% mencionando o risco do uso de IA para manipular imagens, áudios e vídeos, frente a 83% da população geral.
A comunicação segue em constante transformação, e, nesse cenário de fragmentação e disputa pela atenção do público, exige novas habilidades dos profissionais da área. Compreender as tendências atuais é se preparar para o futuro da comunicação integrada. Aqui na Fundamento, incorporamos isso através de nossos serviços 360. Para conhecer mais, marque uma conversa com a gente!