Em nosso último texto, abordamos como a Inteligência Artificial (IA) tem sido utilizada no âmbito profissional, no cotidiano do marketing, comunicação, publicidade e propaganda.
Discutimos sobre possíveis caminhos para que os profissionais interajam com essas ferramentas em forma de cooperação, sem que se tornem dependentes e limitados. Confira o texto completo.
Hoje falaremos sobre o campo ético da inteligência artificial, debatendo a necessidade de limites e regulamentações para reduzir os impactos nocivos que ela pode trazer à sociedade.
Os limites éticos da inteligência artificial
Assim como qualquer outro recurso, a inteligência artificial quando utilizada para fins inadequados, gera impactos negativos.
Nos últimos meses, você deve ter visto circular em redes sociais imagens do Papa Francisco vestindo uma jaqueta “puffer”, ou do ex-presidente dos EUA, Donald Trump algemado. Também pode ter ouvido falar de uma suposta entrevista concedida pelo ex-piloto de Fórmula 1, Michael Schumacher, à revista alemã Die Aktuelle.
Essas situações mencionadas têm dois fatores comuns: são falsas e foram criadas por meio de inteligência artificial.
Seria então a inteligência artificial uma grande vilã? Honestamente, não acreditamos nisso. No entanto, sabemos que tudo o que depende exclusivamente da ética e moral intrínseca ao ser humano (que é o responsável por oferecer comandos de execução para a IA), tem chances de ser utilizado para fins dúbios.
Podemos fazer um paralelo entre o uso da inteligência artificial e o clássico romance distópico “1984”, escrito por George Orwell, pseudônimo de Erick Arthur Blair. Embora o livro tenha sido escrito em 1949 e descreva uma distopia futurista, muitos conceitos e temas abordados nele são relevantes para a discussão atual sobre inteligência artificial, principalmente nos campos de vigilância e informação. Citaremos alguns exemplos:
- Vigilância em massa
Na obra1984, o governo totalitário da Oceania usa tecnologia avançada para vigiar constantemente os cidadãos. Câmeras de vigilância estão por toda parte, e o “Grande Irmão” é um símbolo do poder onipresente e opressivo do Estado.
Na era da inteligência artificial, também estamos testemunhando o aumento da vigilância em massa, com câmeras de segurança, reconhecimento facial e coleta de dados pessoais. A IA desempenha um papel importante na análise desses dados, levantando preocupações sobre privacidade e liberdade individual.
- Manipulação da informação
No livro 1984, o governo controla e manipula a informação para manter seu poder. Através do Ministério da Verdade, os fatos são constantemente reescritos e distorcidos para atender aos interesses do regime.
Com a inteligência artificial, existem preocupações semelhantes sobre a manipulação da informação. Algoritmos de recomendação e filtragem podem criar bolhas de informação e reforçar visões preexistentes, levando a uma percepção distorcida da realidade e fortalecendo interpretações enviesadas.
- Controle do pensamento
O livro retrata o controle do pensamento através da vigilância e da doutrinação. A Polícia do Pensamento monitora e pune qualquer forma de dissidência ou pensamento não alinhado com o partido dominante.
A inteligência artificial pode ser usada para analisar grandes quantidades de dados e identificar padrões de comportamento, o que pode levar à influência do pensamento de maneiras sutis, subtraindo do ser humano a capacidade de formar raciocínio crítico próprio sobre diferentes pautas.
- Desumanização
Na obra de Orwell, a sociedade é desumanizada, e as pessoas são reduzidas a meros objetos para o Estado. A inteligência artificial também levanta questões sobre a nossa própria humanidade.
À medida que a IA se torna mais avançada, surge a preocupação de que possamos perder nossa conexão com outros seres humanos e a capacidade de exercer empatia e compaixão.
Embora o livro 1984 não seja especificamente sobre inteligência artificial, ele nos lembra dos perigos potenciais quando a tecnologia é usada para fins controversos e nos incentiva a refletir sobre os limites éticos e os princípios que devem ser considerados no desenvolvimento e na implementação da inteligência artificial.
Regulamentação como o caminho para o uso seguro da Inteligência Artificial
As discussões sobre a regulamentação da inteligência artificial são necessárias e devem envolver governos, especialistas em IA, setor privado, a sociedade civil e o público em geral.
As regulamentações podem garantir ao uso da inteligência artificial:
- Ética e responsabilidade
A inteligência artificial pode ter impactos significativos na sociedade e nas vidas das pessoas. Regulamentações são necessárias para garantir que a IA seja desenvolvida e usada de maneira ética, responsável e justa. Isso inclui proteger os direitos humanos, evitar discriminação e assegurar a transparência nas decisões tomadas pela IA.
- Privacidade e proteção de dados
Uma grande quantidade de dados pessoais é coletada e processada pela IA, por isso, medidas são necessárias para garantir que essas informações sejam tratadas de forma devida e em conformidade com as leis de proteção de dados.
Isso inclui o consentimento informado dos usuários, a segurança dos dados e a limitação do uso indevido ou não autorizado das informações pessoais.
- Segurança e confiabilidade
O uso da IA em sistemas críticos, como transporte, saúde e finanças, onde falhas ou erros podem ter consequências graves. Neste contexto, é necessário respaldo jurídico que estabeleça padrões de segurança e confiabilidade.
- Transparência e explicabilidade
À medida que a IA se torna mais complexa e autônoma, é importante que as decisões tomadas por sistemas de IA sejam compreensíveis e transparentes. As regulamentações podem exigir que os desenvolvedores ofereçam explicações claras sobre como a IA toma suas decisões, especialmente em casos que afetam os direitos e as liberdades das pessoas.
- Prevenção de abusos e malefícios
Regulamentações podem ser necessárias para prevenir abusos e malefícios decorrentes do uso inadequado da IA. Isso inclui o uso da IA para disseminar fake news, manipular opiniões, violar a privacidade, prejudicar a segurança cibernética ou desenvolver armas autônomas.
Conclusão
A inteligência artificial (IA) apresenta um potencial imenso para impulsionar avanços e melhorias em diversos setores profissionais, incluindo o marketing, a comunicação e a publicidade. No entanto, é fundamental reconhecer e lidar com os limites éticos dessa tecnologia, a fim de minimizar os impactos negativos que ela pode trazer para a sociedade.
A disseminação de informações falsas geradas por IA, manipulação de dados e imagens, levantam preocupações sobre o uso inadequado dessa tecnologia. É importante lembrar que a ética e a moral são inerentes aos seres humanos, e é por meio de comandos de execução que a IA é orientada. Portanto, há sempre o risco de que a IA seja utilizada para fins dúbios.
Uma maneira de abordar essas preocupações é por meio da regulamentação da inteligência artificial. O estabelecimento de padrões e diretrizes podem contribuir para o uso seguro e benéfico da IA, protegendo os direitos e as liberdades das pessoas. É fundamental encontrar um equilíbrio entre a inovação e a responsabilidade, para que a inteligência artificial possa ser uma ferramenta poderosa que beneficie a sociedade como um todo, sem comprometer valores éticos e morais fundamentais.
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