As empresas sediadas no Brasil permanecem distantes dos debates da Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP), com boa parte delas ainda avaliando que suas operações não sofrerão nenhum impacto com as deliberações. E apenas 31% já decidiu participar da COP 30, que acontece em Belém em novembro de 2025. Essas são algumas das conclusões da segunda edição da pesquisa “Na Trilha da COP: Uma visão corporativa dos desafios climáticos”, realizada pela Fundamento Análises, divisão de Business Intelligence da Fundamento Grupo de Comunicação. O relatório completo está disponível através do site da Fundamento.
Os resultados foram apresentados nessa quinta-feira, dia 12, em webinar internacional, com a presença de Christopher Nial, Senior Partner da FINN Partners, que esteve presencialmente na COP 28 e na COP 29, de Fabiano Rangel, diretor Institucional, Articulação e Parceria da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável (ABRAPS) e de Amber Nuttall, cofundadora da Extreme Hangout, plataforma de ação climática que visa acelerar a implementação de soluções climáticas por meio da colaboração e da comunidade global, e que também teve ampla participação na COP 29.
A pesquisa ouviu 518 executivos das áreas de ASG (Ambiental, Social e Governança), sustentabilidade e atividades correlatas de empresa pertencentes a 23 diferentes setores da economia, sendo as mais predominantes na área de serviços (19%), construção, engenharia e infraestrutura (10%), tecnologia, mídia e comunicação (8%), energia e recursos naturais (8%) e financeiro (8%). Entre os respondentes que concordaram em fornecer dados de perfil, 30% ocupam cargos de gerência, 18% são presidentes ou CEOs e 15% são diretores.
Entre as principais descobertas estão:
– 68% das empresas nunca participaram de uma COP;
– 24% das empresas acreditam que a COP não trará nenhum impacto para seu negócio e 13% não sabe avaliar se terá ou não impacto, demonstrando ausência de planejamento a longo prazo, diante das catástrofes climáticas.
– Apenas 31% já decidiram participar da COP 30, mas, entre essas, 32% ainda não sabem como, e 35% pretendem estar apenas como audiência nas palestras;
– 25% das empresas que já decidiram participar da COP 30 pretendem expor produtos e serviços, o dobro do patamar de participantes que afirmaram em 2023 planejar desenvolver essa atividade na conferência em Belém, revelando uma visão da COP no Brasil como oportunidade de negócios;
– 72% das empresas acreditam que o fato da COP 30 acontecer no Brasil permitirá que o país tenha um papel maior de protagonismo nas deliberações.
Durante o webinar, Marta Dourado, CEO da Fundamento, explicou que o objetivo da pesquisa – a segunda, de uma série de três, é entender como as empresas se engajaram na COP 29 e de que forma essa participação pode aumentar em 2025, na COP 30. Para ela, “campanhas internas nas empresas e debates durante o ano devem ser estimulados para criar interesse e engajamento na COP 30.”
Para Christopher Nial, Senior Partner da FINN Partners, que esteve presente na COP 29 e um dos convidados do webinar, “apesar de o levantamento demonstrar que as empresas brasileiras tiveram menos interesse em participar da COP 29, é importante dizer que o Brasil teve o segundo maior número de delegados participando do evento no Azerbaijão. As empresas brasileiras tem que ter em mente que na COP 30, em Belém, o mundo todo estará de olho no Brasil e esta é uma oportunidade para um maior engajamento de todos”.
Fabiano Rangel, Diretor Institucional da Abraps, acredita que o engajamento de toda a sociedade e empresas é fundamental para que se possa minimizar os efeitos danosos das mudanças climáticas. “O que fazemos hoje será repercutido daqui a vários anos, nas próximas gerações”, conclui.
Amber Nuttall, cofundadora da Extreme Hangout destacou, durante a apresentação do resultado da pesquisa Na Trilha da COP, a importância do protagonismo do Brasil, na COP 30. Para ela, “a próxima reunião deve ser de cocriação: mulheres, jovens e representantes das comunidades dos povos originários precisam ter mais espaço nas empresas e organizações para garantia de um futuro mais sustentável”.
Sobre a pesquisa Na Trilha da COP
Desenvolvida pela Fundamento Análises, a pesquisa “Na Trilha da COP: uma visão corporativa dos desafios climáticos globais” tem como objetivo traçar um panorama de como as empresas sediadas no Brasil estão lidando com os impactos climáticos e quais são suas expectativas e seu nível de engajamento com as conferências da ONU. Realizada pela primeira vez em 2023 com foco na COP 28, contou com a participação de 446 executivos das áreas de ASG (Ambiental, Social e Governança), sustentabilidade e atividades correlatas. Este ano, entrevistou 518 profissionais sobre a COP 29, com o apoio institucional da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável – ABRAPS e Capitalismo Consciente Brasil – CCB. Os relatórios da primeira edição e da segunda edição podem ser baixados em www.fundamento.com.br/cop . Sua última edição acontecerá na COP 30.
Sobre a COP
Durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro em 1992, a Rio 92, representantes de 179 países consolidaram uma agenda global para minimizar os problemas ambientais mundiais. O foco era a busca do desenvolvimento sustentável, com um modelo de crescimento econômico e social aliado à preservação ambiental e ao equilíbrio climático em todo o planeta. Nesse cenário, foi elaborada a Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC). Foram definidos compromissos e obrigações para todos os países (denominados Partes da Convenção). A Conferência das Partes da Convenção (COP) reúne todos os anos os países membros para determinar metas e responsabilidades, e identificar e avaliar medidas climáticas. A 21ª sessão da COP (COP21) conduziu ao Acordo de Paris, que mobilizou uma ação coletiva global para limitar o aumento da temperatura global a 1,5ºC acima dos níveis pré-industriais até 2100, e para agir para se adaptar aos efeitos já existentes das alterações climáticas.
Sobre a Fundamento Análises
A Fundamento Análises é a unidade da Fundamento Grupo de Comunicação especializada em identificar tendências e elaborar indicadores consistentes, agregando Business Analytics à tomada de decisões, gerenciamento de riscos e crises e planejamentos estratégicos de comunicação corporativa. Com ampla experiência de mercado, alia tecnologias avançadas à expertise e capacitação de seus profissionais, garantindo resultados precisos e diagnósticos relevantes para empresas e organizações de todos os portes, nos mais variados setores. Todos os projetos seguem as diretrizes do Código Internacional de Pesquisa de Mercado, de Opinião e Social ICC/ESOMAR, assegurando os mais altos padrões de ética, sigilo e confiabilidade nos dados apurados. Saiba mais em Link
Sobre a Fundamento Grupo de Comunicação
Com mais de 30 anos de atuação, a Fundamento Grupo de Comunicação é uma agência brasileira que integra performance, autoridade digital e comunicação corporativa. Com equipes especializadas e metodologias de gestão ágil, a agência viabiliza estratégias de negócios que incorporaram marketing, relações públicas e inteligência de mercado. Criada por Marta Dourado, a Fundamento está entre as 30 maiores agências individuais no país, de acordo com o ranking do setor de comunicação corporativa. Associada da Baird’s CMC e GlobalComPR Network, possui extensa bagagem em trabalhos internacionais, seja liderando projetos na região da América Latina, onde possui extensa rede de colaboradores, seja integrando projetos globais. Seu portfólio inclui alguns cases históricos, sendo vários premiados.
