Epclusa®, medicamento da farmacêutica Gilead Sciences para tratamento pangenotípico e panfibrótico do vírus da hepatite C, alcança taxas de cura de 98% em apenas doze semanas com um único comprimido ao dia
Última geração para tratamento do vírus estará disponível no SUS
São Paulo, outubro de 2018 – O Sistema Único de Saúde (SUS) anunciou na última segunda-feira (15) a incorporação do Epclusa® (velpatasvir 100mg/sofosbuvir 400mg) para tratamento da hepatite C no Sistema Único de Saúde. A decisão foi feita pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde após análise da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC) e deve ser disponibilizado no prazo de 80 dias.
O Epclusa® é a terceira geração de medicamento da Gilead para terapia contra a hepatite C. O regime permite tratamento pangenotípico (genótipos 1 ao 6) e panfibrótico do vírus em adultos e ainda oferece taxas de cura de 98% em apenas 12 semanas de tratamento e um comprimido ao dia.
“A incorporação no Sistema Único de Saúde comprova mais uma vez a eficácia e a segurança do medicamento”, explica Dr. Eric Bassetti, gerente médico sênior da Gilead. “Esta decisão significa também um grande passo no combate à doença, principalmente após as recentes discussões em torno da possível produção do genérico que não seria eficiente para o cumprimento do Plano de Eliminação da hepatite C, assinado em 2017 pelo Ministério da Saúde”, completa.
A eficácia de Epclusa® foi avaliada em cinco estudos que incluíram mais de 1200 pacientes com taxas de cura, também chamada de resposta virológica sustentada (RVS global), de 98%. Os estudos também demonstraram resultados em pacientes que se encontravam em diferentes situações, como aqueles que já foram previamente tratados; pessoas com doença hepática avançada, como a cirrose; pacientes no período pré e pós transplante de fígado e coinfectados com HIV.
O HCV
A hepatite C é uma infecção causada pelo vírus da hepatite C (HCV), que possui pelo menos seis tipos (genótipos) distintos e que acomete preferencialmente o fígado, provocando uma inflamação que leva a formação de cicatrizes (fibrose hepática) e que, com o decorrer do tempo e sem um tratamento, pode levar à cirrose e ao câncer de fígado. Além do fígado, outros órgãos também podem ser acometidos.
A hepatite crônica C afeta aproximadamente 71 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, há uma estimativa de 700 mil portadores da doença. Cerca de 155 mil foram diagnosticados entre 1999 e 2016 e há indícios de que ainda faltam 502 mil pessoas para serem diagnosticadas. Nesse período foram realizados 110 mil tratamentos, sendo 57 mil somente entre 2015 e 2017. Entre 2000 e 2015, foram identificados 46.314 óbitos relacionados à hepatite C; de cada quatro óbitos por hepatite viral no Brasil, três (75,6%) são pelo HCV. O fato é que grande parte desconhece seu diagnóstico e poucos sabem como ocorreu a transmissão ou que exista tratamento para a doença.
“A doença é assintomática em 80% dos casos e faz dela um sério problema de saúde pública, podendo levar décadas para dar sinais, normalmente, manifestando-se já em estágio avançado de comprometimento do fígado ou com quadros associados”, finaliza Bassetti.
O HCV é transmitido pelo contato com sangue infectado, sendo que os principais meios de transmissão são reutilização e esterilização inadequada de equipamentos médicos, odontológicos e outros, compartilhamento de seringas e agulhas (como no uso de drogas ilícitas), práticas sexuais de risco e transmissão vertical (da mãe para o filho). Pessoas que receberam transfusão de sangue antes de 1993 também podem ter contraído a infecção.
A hepatite C é a maior causa de cirrose, câncer de fígado e transplante hepático no mundo. Além das complicações relacionadas ao fígado, pode desencadear uma verdadeira doença sistêmica. Estudos comprovam que o vírus da hepatite C aumenta os riscos do aparecimento de outras doenças como a Diabetes do tipo 2 e do Linfoma, por exemplo.