Inteligência Artificial: o debate entre gigantes 

jan 31, 2024 | Blog, Marketing, Studio

Mais uma vez, os questionamentos sobre a Inteligência Artificial roubam a cena. Dessa vez durante o Fórum Econômico Mundial, em Davos; uma discussão que dividiu opiniões e deixou reflexões 

Em meio a debates sobre mudanças climáticas e empregos, a edição “Reconstruindo a Confiança” do Fórum Econômico Mundial em Davos, na Suíça, trouxe à tona uma intensa discussão sobre Inteligência Artificial. O evento, que ocorreu de 15 a 19 de janeiro, destacou divergências significativas entre líderes do setor, sendo o ápice desse embate o confronto entre Marc Benioff (CEO da Salesforce), e Sam Altman (CEO da OpenAI). (fonte: Bloomberg) 

A popularização da IA em 2023 gerou controvérsias, dividindo especialistas de países desenvolvidos e em desenvolvimento sobre os rumos da economia mundial. A chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI) alertou sobre o impacto potencial, indicando que a tecnologia poderia afetar quase 40% dos empregos globais, agravando as desigualdades. 

O Chief Economists Outlook de 2024 revela disparidades nas expectativas econômicas relacionadas à IA. Enquanto 94% dos economistas em países desenvolvidos acreditam que a IA contribuirá para ganhos econômicos, apenas 53% dos especialistas de países em desenvolvimento compartilham dessa visão. 

As divergências são mais evidentes entre regiões. Na Europa, 77% dos economistas preveem uma piora econômica, contrastando com a Ásia, onde 7% e 15% esperam deterioração no sul e sudeste, respectivamente. América Latina e Estados Unidos apresentam números mais equilibrados, com 30% e 43% dos especialistas, respectivamente, antevendo um cenário negativo. 

O cerne da discordância está na própria IA. Enquanto 50% dos economistas esperam alguma mudança decorrente da tecnologia, 37% estão incertos, e 13% não preveem nenhum impacto econômico. Setores como Tecnologia da Informação (TI) e Comunicação Digital recebem previsões positivas, ao passo que varejo, serviços financeiros e imobiliários enfrentam previsões negativas. 

O ápice do debate ocorreu entre os CEOs da Salesforce e da OpenAI. Benioff acusou empresas de Inteligência Artificial, incluindo a OpenAI, de roubo de dados e propriedade intelectual. Em uma entrevista, ele afirmou que “todos os dados de treinamento foram roubados” e criticou o aparecimento de conteúdo de veículos de comunicação, como a Time e o New York Times, nos resultados dessas empresas. Altman, por sua vez, refutou as acusações, destacando que os dados de treinamento muitas vezes não são tão valiosos quanto seus proprietários pensam. Ele enfatizou o foco da OpenAI em aprender com pequenas quantidades de dados de alta qualidade e mencionou parcerias para uso específico de conteúdos noticiosos, visando novas formas de consumir e monetizar notícias. 

A pesquisa global da PWC ‘Global CEO Survey’, realizada com mais de 4.700 líderes empresariais, revelou que 45% deles acreditam que seus negócios podem falhar em 10 anos devido aos avanços tecnológicos, incluindo a IA, e às pressões climáticas. Essa preocupação crescente destaca a urgência percebida na adaptação aos desafios apresentados pela revolução da inteligência artificial. 

O que podemos concluir é que o Fórum Econômico Mundial deixou não apenas promessas de reconstrução da confiança, mas também um terreno fértil para futuros debates e ações acerca do tempo, em um mundo cada vez mais moldado pela IA. 

 

*Por Marta Dourado, fundadora e CEO da Fundamento Grupo de Comunicação, além de mentora e conselheira de instituições sociais. 

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