Todo projeto de pesquisa começa pelo mesmo ponto de partida: uma pergunta que precisa de resposta. Meus clientes estão satisfeitos? O que pode melhorar nos produtos e serviços? Qual é a reputação da minha empresa? Quais são as principais tendências do setor? Que inovações do mercado preciso acompanhar? Qual a tendência dos formadores de opinião no debate daquela medida regulatória? Devo explorar um novo nicho de mercado?
Saber com precisão que tipo de dado estratégico a companhia precisa coletar para embasar seu planejamento de comunicação, marketing e negócios, é essencial para a definição da melhor metodologia. É ela que vai garantir que o levantamento seja de fato útil, trazendo insights relevantes e compensando – muitas vezes ultrapassando – o retorno do investimento. Entre as técnicas utilizadas estão o desk research, a pesquisa qualitativa e a pesquisa quantitativa, todas atualmente já com o suporte de tecnologias avançadas, como a Inteligência Artificial.
Também conhecido como pesquisa secundária, o desk research é um processo sistematizado de investigação, compilação e análise de informações já disponíveis sobre aquele tema ou setor – por isso o uso do termo secundário. Pode incluir o acesso a bancos de dados públicos ou assinados, internos ou externos, relatórios setoriais publicados por entidades ou autoridades, estudos prévios já realizados, matérias veiculadas pela imprensa, publicações acadêmicas e posts e conversas nas redes sociais, entre outras fontes. É indicado quando a meta é gerar um cenário inicial, amparado no conhecimento já existente. Em tempos de concorrência acirrada e mudanças tão dinâmicas, seria o “dever de casa” básico de todo bom planejamento estratégico.
A pesquisa qualitativa é um método exploratório de investigação, recomendado quando a necessidade é identificar as motivações, opiniões e percepções do público-alvo da sua empresa, os stakeholders, sobre determinado tópico. Não tem o intuito de gerar análises numéricas ou estatísticas, mas sim responder especialmente como e porque aquelas tendências, experiências, pontos de vista, conceitos e crenças se manifestam. Utiliza perguntas abertas e geralmente envolve entrevistas individuais em profundidade ou grupos focais, onde um número restrito de pessoas debate e interage sobre o tema.
Já a pesquisa quantitativa atende a demanda por dados numéricos, baseados em modelos e amostras estatisticamente validadas para compreender a predominância de certo comportamento, opinião, dificuldades e perfil dos clientes e demais stakeholders. Enquanto a investigação qualitativa visa responder como e porque aquela tendência ocorre, aqui a pergunta é o quanto aquela tendência se verifica. A primeira medida é calcular qual é a amostra estatisticamente válida – pode ser 10, 100, 1000 entrevistados ou mais. O que influencia nesta quantidade é o universo total deste público e algumas de suas características. Neste caso, é aplicado um questionário estruturado e com perguntas fechadas, em geral por abordagem pessoal, por telefone ou com o preenchimento do formulário online. Os resultados possibilitam sua análise numérica, com a utilização de gráficos e indicadores.
Tudo junto sim, mas não misturado
Não existe um projeto de pesquisa igual ao outro. Cada levantamento deve ser estruturado pelo profissional de análises estratégicas conforme o objetivo da empresa, com as técnicas que mais se adequam, considerando inclusive variáveis como a verba disponível e o prazo exigido. Em muitos casos, essas três metodologias são utilizadas em conjunto, como parte de um processo de investigação mais elaborado, onde uma etapa complementa a outra. É o caso, por exemplo, do lançamento de um novo produto ou serviço, quando a companhia precisa trabalhar com metas de longo prazo, há um alto investimento em jogo e, claro, grande expectativa de retorno.
Em uma fase inicial, o desk research pode ajudar a entender tudo sobre o mercado atual, quem são os concorrentes já presentes, que produtos ou serviços similares já existem, as vantagens competitivas que você pode ter, quem são seus clientes potenciais, o que já foi feito em termos de marketing e comunicação, possíveis desafios inerentes ao setor e quem são os formadores de opinião relevantes.
Com esse primeiro cenário em mãos, entra em cena a pesquisa qualitativa com esses formadores de opinião e com os potenciais clientes, buscando entender o que move a escolha e a demanda por esse tipo de produto ou serviço, as possíveis percepções e até mesmo equívocos que podem afetar seu consumo. De posse desses insights, a pesquisa quantitativa pode validar em que grau esses comportamentos e crenças predominam entre seu público-alvo. O relatório final de todo esse levantamento traz conclusões e indicadores valiosos, que podem ser a diferença entre o sucesso ou fracasso do seu lançamento.
Fazer pesquisa é muito caro? Fake News!
Por sua versatilidade, as metodologias de pesquisa e análise de dados podem ser adequadas a todos os portes de empresas, todos os objetivos e, muito importante, todos os budgets. A principal vantagem competitiva hoje de uma empresa especializada em análises estratégicas – talvez de todas as empresas – é justamente a capacidade, o conhecimento e a experiência para recomendar com segurança a melhor estratégia personalizada para cada cliente e suas demandas. Isso inclui flexibilidade, customização, abertura para negociação e visão de longo prazo para fomentar parcerias duradouras e produtivas.
Se você acredita que esse é um recurso inacessível para sua companhia, repense. Talvez apenas não tenha ainda encontrado o parceiro certo e competente para essa tarefa.
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